Hoje sinto-mo triste, desiludida e cansada... Triste por estar constantemente desiludida com a Humanidade (muitas vezes, tão pouco humana) e cansada de lutar com este estado, (quase) permanente, de desilusão.
Por isso, não me apetece falar, não me apetecer escrever, não me apetece ler... Apetece-me ir para a cama, descansar e dormir profundamente. Enquanto isso, mais uma vez, deixo-vos: Um poema… Uma voz… Um fado…
O Mar Fala de Ti
Eu nasci nalgum lugar
Donde se avista o mar
Tecendo o horizonte
E ouvindo o mar gemer
Nasci como a água a correr
E eu vivi noutro lugar
Onde se escuta o mar
Batendo contra o cais
Mas vivi, não sei porquê
Como um barco à mercê
Eu sei que o mar não me escolheu
Eu sei que o mar fala de ti
Mas ele sabe que fui eu
Que te levei ao mar quando te vi
Eu sei que o mar não me escolheu
Eu sei que o mar fala de ti
Mas ele sabe que fui eu
Quem dele se perdeu
Vou morrer nalgum lugar
De onde possa avistar
A onda que me tente
A morrer livre e sem pressa
Como um rio que regressa
Talvez ali seja o lugar
Onde eu possa afirmar
Que me fiz mais humano
Quando, por perder o pé,
Senti que a alma é
Um oceano.
Autor da Letra: Tiago Torres da Silva
Autor da Música: Ernesto Leite